Segundo a versão mais aceitável, a receita original do risoto surgiu em 1574. Conta a história que participaram da construção da catedral Duomo di Milano, carpinteiros, arquitetos e pintores de toda a Europa. Em uma fazenda poliglota ali perto, havia uma comunidade Belga, mestre em vidros. Tal comunidade também ficou responsável pela construção dos vitrais da mencionada catedral. Com isso, muitos estudantes foram atraídos para a fazenda. Um em especial se destacou devido a sua habilidade em misturar as cores. O segredo de tal estudante consistia em agregar açafrão quando o vidro estivesse pronto. O seu mestre e professor, Valerio di Fiandra sabia da paixão de seu discípulo pelo açafrão e vivia irritando o rapaz, dizendo-lhe que ele acabaria colocando açafrão no arroz. Quando a filha do mestre foi foi casar, o aluno subornou o cozinheiro da festa para colocar um pouco de açafrão no arroz. Aquele arroz amarelo causou surpresa nos convidados. Alguns ousaram experimentar e adoraram, surgiu assim o Risotto alla Milanese, a receita mais antiga e conhecida de risoto. Ao longo do tempo foram surgindo tantas outras versões mundo afora.
A palavra, em italiano, é diminutivo de "riso" (arroz). Com origem em dialeto lombardo-piemontês, com o sentido de "sopa enxuta". Não por acaso, que tem mesmo consistência de sopa grossa. Quase como uma papa. E risoto bom para os italianos, não custa lembrar, deve ter consistência "all'onda" - de uma onda. O prato deve ser feito com arroz "corto" (pequeno) e "tozzo" (gordo), que libera amido na medida certa - fazendo com que os grãos fiquem juntos, cremosos, mas sem encharcar. Ideal, para o prato, são os italianos arbório, vialone nano ou carnaroli. Na falta deles, pode-se usar o parbolizado. A expressão vem do inglês "to parboil", que significa pré-cozido. Contribuição americana a um prato tipicamente italiano.
Separei para vocês uma receita muito fácil, elegante, de sabor delicado e encantador:
Risotto de Brie com Amêndoas
Ingredientes:
2 xícaras de arroz tipo arbório
1/2 cebola picada em pedaços pequenos
200g de queijo brie picado
2 dentes de alho
1/2 xícara de amêndoas sem pele (para retirar as peles das amêndoas, ferva-as por dois minutos e puxe a pele com os dedos após esse tempo - ela sai com grande facilidade)
1 cálice de vinho branco seco
1 litro de caldo de legumes(água + 1 tablete de caldo de legumes)
sal e pimenta a gosto
ciboulette picada para servir
1 colher de sopa de manteiga sem sal
Modo de Preparo:
Esquentar o caldo de legumes e deixar em fogo baixo. Em uma panela de fundo grosso, refogar a cebola e o alho até ficarem levemente dourados. Acrescentar o arroz e refogar por mais três minutos. Diminuir o fogo e acrescentar o vinho. Mexer bem, até evaporar um pouquinho o álcool e acrescentar uma concha do caldo de legumes e um pouco do queijo. Mexer constantemente. Repetir o acréscimo de caldo e queijo, mexendo sempre, até que o arroz esteja macio. Por último, acrescentar as amêndoas e, com o fogo desligado, uma colher de manteiga, mexendo uma última vez. Servir com a ciboulette salpicada por cima.
Harmonização: Woodthorpe Sauvignon Blanc 2007 (Te Mata). Ótimo Sauvignon Blanc da Nova Zelândia, um dos maiores nome do país. Mostra um exuberante bouquet com notas cítricas, típicas da casta. Na boca é fresco, amplo e muito cativante. Outro sauvignon Blanc ao seu gosto também cairá bem. ;)
O risotto combina divinamente com a culinária moderna, é um prato sempre atual: é saboroso e muito prático, pode ser servido como prato único ou servir de acompanhamento com frangos, carnes, peixes, frutos do mar e é usado até para pratos doces. Não é mesmo um querido "rei da versatilidade" na cozinha?
Adoro!
Espero que gostem e façam também!
Beijinhos.
ottimo e italianissimo!
ResponderExcluirMatemática e Cucina, obrigada pela visitinha e comentário! Volte sempre. ;) Beijinhos.
ResponderExcluirEu já almocei, porque senão almoçava novamente... Que risotto tão especial.
ResponderExcluirKiss, Susana
Nota: Ver o passatempo a decorrer no meu blog:
http://tertuliadasusy.blogspot.pt/2013/09/Galette-de-Maca.html