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quarta-feira, 26 de maio de 2010

Moqueca de Bacalhau



Ingredientes
:
500 g de lascas de bacalhau dessalgado
2 cebolas grandes em rodelas finas
2 dentes de alho picados
½ xícara (chá) de azeite de oliva
2 colheres (sopa) de azeite de dendê
1 pimentão vermelho picado
1 pimentão amarelo picado
1 xícara (chá) de coentro e salsinha picados
1 pimenta dedo de moça sem sementes picada
4 tomates sem pele e sem sementes picados
1 vidro de leite de coco
2 colheres (sopa) de manteiga
Sal a gosto

Modo de fazer:
Deixar o bacalhau de molho em água por no mínimo 24 horas, na geladeira, trocando a água de três a quatro vezes. Depois escorrer bem e reservar.
Em uma panela grande, de preferência na wok, colocar o azeite de oliva e o de dendê, fazer camadas de lascas de bacalhau, cebolas, alho e o pimentão. Por cima espalhar os tomates picados, a pimenta, o coentro, a salsinha e o leite de coco, tampar a panela, levar ao fogo alto e quando levantar fervura, abaixar o fogo e deixar cozinhar por cerca de 20 minutos. Provar o sal, adicionar caso haja necessidade. Desligar o fogo e deixar repousando com a panela tampada por aproximadamente 15 minutos.

ORIGEM DA MOQUECA:
A moqueca é um cozido de peixe e outros frutos do mar com diferentes temperos. Tradicional item da culinária brasileira, há inúmeros modos de preparo, sendo estes variações regionais das receitas originais indígenas. A Moqueca baiana, conhecida apenas por "Moqueca" em diversas regiões do país, inclui em sua receita tradicional o leite de coco e azeite de dendê (essenciais para configurar uma moqueca, segundo o lexicógrafo e folclorista Câmara Cascudo.
De origem indígena, e originalmente feita numa grelha de varas ou ainda apenas folhas de árvores cobertas por cinzas quentes (o que era chamado moquém).



À peixada trazida pelos portugueses somaram-se os ingredientes habituais da culinária africana, introduzidos pelos negros, aqui chegados na mais triste das condições, a de escravo. Eram eles que, na maioria das vezes, estavam à frente das cozinhas das casas-grandes, adaptando o comer europeu aos ingredientes aqui encontrados, e ao paladar vindo dos navios negreiros. Assim, o azeite de oliva juntou-se ao azeite de dendê; o branco leite de coco trouxe uma nota de doçura no contraste com a pimenta-de-cheiro da terra conquistada. A mandioca do índio veio enriquecer a receita, pois da sua farinha faz-se o pirão que acompanha o prato, complementando-o de maneira perfeita.
Em quinhentos anos de Brasil, a moqueca assumiu novos sabores. Do peixe, bacalhau, das arraias tradicionais, passou-se aos mariscos, camarões e lagostas, encontrados com fartura em nossa costa. Com a elevação dos preços, para uma comida menos cara, a came encontrou substitutos: folhas de taioba e espinafre, ovos ou mesmo o maturi, que é a castanha de caiu ainda verde. O tempero, no entanto mantém-se o mesmo: coentro, cebolas, pimentões e tomates, os azeites, as pimentas, o coco.
A moqueca deixou de ser um prato único, para ser a preparação de uma comida que, cozida em panela de barro, mistura estes temperos portugueses, africanos e indígenas e excita a imaginação de quem cria arte com os sabores. A moqueca é o manjar brasileiro por excelência.

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