Ingredientes:
3 ovos
3/4 xícara (chá) de açúcar
2 colheres (sopa) de manteiga
1/2 colher (chá) de sal
1 colher (sopa) de fermento em pó
1 xícara (chá) de leite
2 xícaras (chá) de farinha de trigo
óleo de canola para fritar
açúcar e canela em pó para polvilhar
Modo de Preparo:
Bater os ovos, a manteiga, o açúcar e o sal. Acrescentar a farinha, o leite, a baunilha e mexer. Colocar o fermento e mexer novamente. A mistura precisa estar bem solta, para “cair” da colher, na hora de fritar. Aquecer o óleo e fritar (deixando a massa “cair” da colher, dentro do óleo).
Coloque os bolinhas numa travessa com papel toalha para "chupar" o excesso de óleo.
Polvilhar açúcar refinado com canela para servir(opcional).
Bolinho de chuva é uma especialidade típica tanto em Portugal como no Brasil.
Devido à facilidade na sua confecção, os bolinhos de chuva são servidos regularmente no Brasil e, em Portugal, onde a massa apresenta paladar próximo ao da massa da Bola de Berlim (conhecida no Brasil como sonho), e é mais usado no Natal.
Em sua versão original, no final do século XVIII, a receita do Bolinho era feita com mandioca ou cará. O trigo era pouco, caro, vinha de Portugal, e raras eram as receitas com a “Farinha do Reino”. Em compensação, o bolinho era feito com muitos ovos, açúcar, leite, frito em gordura de porco e levava muito da intimidade revelada em nomes carinhosos como Quero Mais, Quero Quero, Desmamados. Nunca teve a pretensão de ser doce de Sinhá, nem ter a delicadeza dos complicados pontos de caldas, das massas moldadas durante horas por mãos finas e delicadas. Sua vocação sempre foi o sabor e o encanto dos olhos das crianças, que ansiavam pela hora em que eles saíam dos tachos dos fogões de lenha, quando eram generosamente polvilhados com açúcar e canela perfumada. Descontraídos, afetivos, leves, por muito tempo foram a comida do entrudo, (o carnaval de então). Eram chamados de Filós de Carnaval, assim, com sotaque português. Levavam o sabor de mãos escravas e, talvez por isso, alguma sinhazinha ciumenta tenha lhes apelidado de Bolinhos de Negra.
Muitas escravas saíram do anonimato para ligar seus nomes a essa receita, homenagem que atravessou os séculos: ainda se encontram cadernos de receitas onde ele é chamado de Bolinhos da Negra Ambrósia ou da Negra Marcionila. Se não mereceu as compoteiras de cristal das sinhazinhas, teve seu lugar de honra nos tabuleiros, forma de ganhar a vida adotada por muitas cozinheiras recém-libertas.
Os tempos novos eram marcados pelos grandes tabuleiros montados nas esquinas e nas praças das cidades. Neles o bolinho era vendido em tamanho maior, enrolado em folhas de bananeira, quentinho, gostoso e muitas vezes recheado com doce de leite ou cocada mole. Logo ganhou o nome de Bolinho de Negra Forra, Bolinho de Estudante e, quando era de tamanho avantajado, chamavam-no Mata a Fome.
A mais famosa entre as autoras do Bolinho foi sem dúvida criada por Monteiro Lobato:
Não há episódio entre as histórias do Sítio do Pica-Pau Amarelo que não termine com Narizinho, Emília e Pedrinho comendo os Bolinhos de Tia Nastácia. Quem não lembra da emocionante aventura do labirinto e do Minotauro que prova o bolinho e fica com os olhos brilhantes? “Pegou outro e outro e outro e comeu a peneirada inteira”. Depois desse dia tia Nastácia não parou mais de fazer os bolinhos que o monstro ia comendo sem pausa. “Acabou completamente manso, esqueceu até a mania de comer gente”. “Pois é, foi o bolinho que me salvou”, suspira Tia Nastácia ao ser libertada do labirinto pela astúcia da Emília.
Numa tarde do século XX, alguém lhe deu o nome de Bolinho de Chuva, lembrando a alegria que trazia às crianças nas horas em que não podiam correr ou brincar nos quintais por causa do tempo chuvoso. E desde então o nome ficou definitivamente ligado à sua receita.
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