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terça-feira, 28 de maio de 2013

Spumone de Uva

Sabe aquela receita que nos remete à infância e tem gostinho de amor de mãe?
Então, a minha é essa e para mim, a que minha mãe faz é mesmo a melhor do mundo.
A calda de uva e a consistência aerada dessa sobremesa leve são mesmo um encanto! Delícia para comer devagarinho, sentindo as bolhinhas de ar desmanchando na boca...Huuumm.. Para curtir cada segundo!
Na minha família já está há gerações e compartilho aqui a receita que me foi passada por minha mãe amada, doceira de mão cheia! A foto abaixo é de uma que ela fez para um almoço aqui em casa. Olhem que coisa mais linda! Babo só de olhar!
Ingredientes:
5 claras batidas em ponto de neve
5 colheres de açúcar
1 lata de creme de leite
1 lata de leite condensado
1 vidro(garrafa) de suco de uva integral(500ml)
1 pacote de gelatina sem sabor

Modo de Preparo:
Bater as calaras em neve. Misturar o açúcar até ficar bem firme.  Adicione o creme de leite e o leite condensado, metade do suco de uva(250ml) e a gelatina sem sabor dissolvida(conforme instruções da embalagem). Mexa delicadamente até estar homogêneo.
Despeje em forma de furo no meio ou em tacinhas individuais. Leve para gelar por 12 horas, o legal é fazer um dia antes. Desenforme e sobre o spumone despeje a calda de uva. Sirva.

Calda: Levar ao fogo o restante do suco de uva e engrossar com um pouco de amido de milho. Se desejar acrescentar 1 taça de vinho tinto de mesa(suave) também fica uma delícia e rende mais calda! ;) Deixe esfriar, guarde na geladeira até a hora de desenformar o spumone e então despeje a calda sobre ele. Sirva a seguir.

OBS: essa mesma receita pode ser feita com outros sucos em substituição ao de uva.

Conhecendo mais o tal SPUMONE...
Spumone vem de spuma ou "espuma", já spumoni, com "i"  é plural, é uma sobremesa, um sorvete italiano que pode ter camadas e cores e sabores diferentes. Originalmente é feito em camadas coloridas e com nozes e frutas cristalizadas. É popular em lugares com grandes populações de imigrantes italianos, como os EUA e Argentina. 21 de agosto é o Dia Nacional do Spumone nos Estados Unidos.13 de novembro é o Dia Nacional do Spumone no Canadá. 

Dizem que a receita foi base de inspiração para outras tantas. Como exemplo disso, tem-se o sorvete napolitano, a banana Split e a nossa versão brasileira.
Aqui no Brasil tomou-se o nome deste "sorvete" para essas sobremesas coloridas e adicionou-se o leite condensado e a gelatina. Como fica bem espumosa e leve, surgiu então o nome Spumone!
Seja como for, a nossa versão, a brasileira, especialmente a de uva feita por minha mãe, É PARA MIM A MELHOR DO MUNDO!

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Gastón Acúrio recebe o Global Gastronomy Award 2013

O top chef peruano Gastón Acúrio recebeu em Março deste ano, em Estocolmo, na Suécia, o prestigiado prêmio Global Gastronomy pelo mérito de ter desenvolvido uma rica gastronomia local e com visão de futuro, conhecida como a comida "novoandina", onde o chef obtém matérias-primas tradicionais e novas das profundezas do Pacífico, dos Andes e selvas da Amazônia.

“El Perú tiene una de las más ricas biodiversidades del mundo. Crecen allí más de cuatro mil variedades de papa, poseen más de dos mil especies de peces y maíz explotando y ajíes en cientos de colores y variedades de sabor."(O Peru tem uma das mais ricas biodiversidades do mundo. Crescem lá mais de quatro mil variedades de batatas, possuem mais de duas mil espécies de peixes e milhos e pimentões em centenas de cores e variedades de sabor), diz Acúrio. Afirma também que a cozinha peruana é a paixão nacional do Peru, assim como o futebol é para o Brasil e o tango para a Argentina.
Acúrio comanda uma escola, a Escuela Culinaria Pachacútec, para os jovens peruanos pobres que “de este modo consiguen una oportunidad en el futuro”.
Além de top chef engajado socialmente, Acúrio é um empresário de larga visão. Possui restaurantes em todo mundo, sendo o mais conhecido o famoso "Astrid y Gastón", presente no Peru, Chile, Colombia, Equador, Venezuela, Panamá, Espanha, México, Argentina e Gran Bretanha.

Outros restaurantes do chef:
O Bistrô Tanta, que está no Peru, Chile, Bolivia, estanha e USA.
La Cebicheria La Mar, atualmente em Lima, Santiago, San Francisco, New York, Cidade do México, São Paulo, Panamá e Bogotá, serve os melhores cebiches do mundo, com os segredinhos essenciais de Acúrio.
O Panchita, de parrilla, chamado de anticucheria(por causa dos famosos anticuchos, tradicionais na cozinha do Peru), tem excelente comida criolla!
Los Bachiche: fusão italo-peruana.
Papacho's: Hamburgueria super cool em Lima.
O Chifa Madam Tusan, em Lima (Perú) e Santiago (Chile).
Melate Chocolate: Chocolatería dirigida por Astrid Gutsche, sua esposa.
Também o Chicha, um restaurante regional que encontra sua fonte de inspiração na cozinha de ingredientes locais, presente atualmente em Arequipa e Cuzco.
A lista de restaurantes de Acúrio para conhecer é grande, mas vale muito a pena cada uma, garanto. E tem mais, ele planeja expandir muito mais nos próximos dois anos, há planos para 35 restaurantes ao redor do mundo.

Entre os Chefs anteriormente premiados pelo White Guide estão Ferran Adrià, David Chang, and René Redzepi...Um prêmio para poucos!

Gastón Acúrio é sem dúvida um orgulho para nós latino-americanos.
Sou mega fã! ;) Congrats, grande chef!



sábado, 25 de maio de 2013

Canapés com Paté de Aspargos

Receitinha "the flash" delícia do findi.
Ingredientes:
1 pacote de pão de forma integral(ou torradas próprias para canapés, prontas)
2 xícaras (chá) de queijo-de-minas fresco ou ricota
1/2 envelope de Creme de
Aspargos(em pó) Maggi(ou similar)
1 xícara (chá) de creme de leite(ou leite)
3 colheres (sopa) de pistache picado(opcional)

Modo de Preparo:

Com o auxílio de um cortador, corte 60 porções de pão. Coloque em uma assadeira e leve ao forno médio (180°C), preaquecido, por cerca de 10 minutos. Retire do forno e reserve. Em um processador de alimentos triture o queijo-de-minas, o Creme MAGGI e o leite, até obter um creme homogêneo. Misture o pistache e sirva sobre os canapés.
Sirva decorado conforme à sua preferência, com alcaparra, tomate cereja, pedaços de aspargos, salsinha, pistache, azeitona, etc...

Fácil e rápido, perfeito apara encantar e receber aquela visita de última hora.
Beijinhos e ótimo fim de semana!

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Clafoutis de Amoras Silvestres

Uma sobremesa de origem francesa que surgiu no século 19 na região de Limousin, no centro da França.
O nome é derivado do verbo "clafir" que significa preencher.
Pode ser feita com diversas frutas(frutas vermelhas, todas, são as usuais, mas fica ótimo também com maçã, pera, pêssego, etc).
E o melhor é que é facílima de preparar!

Ingredientes:

8 ovos inteiros
200 g de açúcar
200 ml de creme de leite fresco
3 colheres de farinha de trigo
1 colher de chá de essência de baunilha ou raspas de meia fava
1 colher de sopa de cachaça
Amoras silvestres em quantidade suficiente para forrar o fundo da forma que você for usar.

Modo de preparo:
Junte os ovos e o açúcar e mexa bem e rapidamente com a ajuda de um fouet. Quando o açúcar tiver sido completamente incorporado, acrescente o creme de leite e mexa novamente. Coloque então a farinha de trigo e misture bem. Por fim, acrescente a baunilha e a cachaça. Use uma travessa que possa ir ao forno. Coloque todas as amoras no fundo da travessa, espalhe a mistura por cima e leve ao forno baixo, a 200°C aproximadamente, por cerca de uma hora. Para saber se já está bom, espete um garfo bem no centro da sobremesa. Se ele sair limpo, já está pronta.

Receita da chef do restaurante Chez Nous Chez Vous, em Paris. Publicada na revista Deguste.


*Originalmente esta sobremesa é servida morna, mas geladinha também fica ótima.

Harmonização: Num dia quente casa perfeitamente com um espumante brut rosé e num dia frio com um chá quentinho de vanilla ou de frutas vermelhas.

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Magret de Canard ao Balsâmico Reduzido com Risotto de Abobrinha, Pimentão Defumado e Tomate Seco

Fiz esse prato um dia desses, sem receita mesmo, tudo "no olho", para receber o marido que tinha viajado. Tirei foto, postei e, a pedidos, estou aqui publicando a receita.
Ficou realmente muito bom, vou fazer mais vezes! O peito de pato faço sempre, não foi novidade, mas a combinação do risoto foi nova e surpreendeu no sabor e no aspecto. Maridex super aprovou e acho que vocês também vão gostar.
É fácil e simples de fazer, basta uma montagem bacana do prato para dar aquele ar mais requintado, "de presença". ;)

Vamos à receita?

Risotto de Abobrinha, Pimentão Defumado e Tomate seco

Ingredientes:
2 xícaras de arroz arbóreo ou carnaroli.
1 cebola roxa grande picadinha
4 dentes de alho esmagados
1 taça de vinho branco seco
meio vidro de pimentão vermelho defumado em conserva(ou o pimentão em conserva normal, uso os da Hemmer) em cubos pequenos
meio vidro pequeno de tomate seco em pedaços
2 l de caldo de legumes quente(dissolvo 1 tablete de knoor legumes na água quente e uso esse caldo para o risoto)
2 abobrinhas pequenas bem firmes(ou 1 grande) bem lavadas e raladas(com casca)
Sal, noz-moscada e pimenta rosa moída na hora a gosto
Queijo ralado e nata ou manteiga para finalizar

Modo de Preparo:
Numa Wok, em um pouco de azeite de oliva aquecido, frite as cebolas e o alho. Quando murchar bem, acrescente o arroz e frite mais um pouco. Coloque sal, noz-moscada e pimenta rosa moída na hora(ou do reino, se preferir).Acrescente o vinho, mexa alguns minutos para evaporar o álcool. Acrescente o tomate seco picadinho com um pouco do óleo da conserva. Mexa bem. Vá acrescentando o caldo de legumes de pouco em pouco, sempre mexendo. Mais ou menos na metade do processo, antes de ficar al dente o arroz, acrescente a abobrinha e o pimentão. (Não coloquei antes para não desmancharem no risoto... )Acerte o tempero se precisar. Incorpore bem ao arroz e continue a colocar caldo aos poucos e mexer, até o risotto ficar no ponto, al dente e cremoso. Acrescente uma farta colher de nata ou manteiga e queijo ralado(usei o gouda e um pouco de gorgonzola). Mexa, deixe agregar sabor por uns minutinhos e sirva bem quente.

O Magret de Canard ao balsâmico reduzido
Ingredientes:
1 embalagem de peito de pato da marca Villa Germânia. Vem 2 pedaços sem osso(peitos) - 1 por pessoa
sal alho e pimenta-do-reino a gosto
Aceto Balsâmico reduzido(uso sempre o Raiola ou o Paganini, mas comprei recentemente um "Il Torrione" que é com frutas vermelhas, ainda mais gostoso, usei esse na receita)

Modo de Preparo:
Faça leve cortes transversais até formarem losangos na capa de gordura do peito de pato.
Tempere a gosto os dois lados.
Aqueça bem a frigideira(uso uma de ferro que mantém mais o calor sem queimar) coloque bem pouquinho azeite de oliva se quiser, aqueça, coloque os magrets(peitos) com a capa de gordura para baixo e frite bem. Vai soltar bastante gordura, o suficiente para depois fritar o outro lado. Frite até atingir o ponto desejado. Costumo deixar bem rosadinho dentro e douradinho fora. O pato se serve ao ponto, isso é, meio mal passado mesmo, pois facilmente endurece se fritar muito e deve ser preparado e servido na hora. Na dúvida, faça um cortezinho ao meio para ver se está no ponto.
Fatie os peitos e disponha-os no prato, em leque, ao lado do risoto.
Regue fartos fios de vinagre balsâmico reduzido, vão enfeitar o prato e dar um sabor todo especial ao magret. Sirva em seguida.

Montagem e finalização do prato:
Com um aro metálico, monte o risoto no prato. Enfeite com salsinha, manjericão, alecrim ou dill natural. Dê brilho com um fio de azeite de oliva extra-virgem e polvilhe dill ou pimenta rosa moída na hora para enbfeitar o prato(opcional)
Ao lado do risoto monte as fatias do magret de canard em leque(ou como quiser, e enfeite/tempere com o aceto balsâmico reduzido.
Sirva e bon appétit!

Harmonização: Um  tinto de corpo médio.

* ah, as gotinhas vermelhas que vocês podem ver enfeitando o prato são de molho de pimenta. Amamos pimenta!
 

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Bretzel ou Pretzel

Esses pães trançados em forma de braços rezando, além de deliciosos, simbolizam o amor eterno, a divina trindade e trazem sorte, prosperidade e plenitude espiritual, sabiam? É pra preparar com carinho e comer com muito gosto!
Esses fiz com minha filhota. Ela precisava para levar para uma aula de alemão onde falariam sobre comidas típicas da Alemanha e degustariam o que foi levado.
Foi uma festa e ficaram deliciosos!
A receita é bem simples, confiram abaixo. ;)

INGREDIENTES:
- 2 ½ xícaras (chá) de farinha de trigo

- 1 xícara (chá) de água morna
- 2 colheres (sopa) de manteiga em temperatura ambiente
- 1 colher (sopa) rasa de açúcar
- ½ colher (chá) de sal
- 1 envelope de fermento biológico seco (10g) ou 1 tablete fermento fresco (15g)
Para besuntar os pretzels - azeite de oliva ou óleo de soja.

Para polvilhar - Sal grosso. Outras opções são: Queijo parmesão ralado, ervas páprica, gergelim.

MODO DE PREPARO:

Em uma tigela misture a água morna com o fermento até dissolvê-lo, junte a manteiga, o açúcar, o sal e a farinha. Misture até ficar uma massa homogênea, cubra e deixe descansar por 15 minutos.

Sobre uma superfície lisa polvilhada com farinha de trigo, coloque a massa e divida em 20 pedaços se quiser fazer bretzels maiores. Faça rolos de 80 cm de comprimento e modele-os no formato de pretzel. OBS: Dá para fazer até 40 brtezels pequenos com essa massa.
Coloque-os numa assadeira untada com manteiga e polvilhada com farinha de trigo, deixe descansar por 30 minutos.
Leve ao forno quente (250ºC), asse por  8 minutos ou até dourarem ligeiramente.
Retire do forno, passe, com um pincel culinário, fina e rapidamente o óleo e polvilhe a cobertura desejada. Vai secar na hora e vc já pode servir. Quentinho é ainda mais gostoso!

Rende: 20 a 40 porções, dependendo do tamanho.

Origem do Bretzel ou pretzel

A palavra pretzel entrou no idioma inglês diretamente do alemão brezel. Sua origem antiga remonta ao latim brachitellum, diminutivo de um termo Bracchium que significa "com braços". Diz uma lenda medieval que um monge inventou o pretzel e lhe deu a forma de braços entrelaçados em posição de quem reza. (fonte: revista Veja/abril)
Outras fontes dizem derivar o nome de Bracellus (um termo medieval para a pulseira), ou Bracchiola (bracinhos).
No século 16, a tradição alemã de comer pretzels durante sexta-feira santa é introduzida. Diz-se que a forma do pretzel é como estar rezando. Dentro da Igreja Católica, pretzels são consideradas como tendo significado religioso, sendo feitos com uma receita simples, usando apenas farinha e água pode ser consumido durante a Quaresma, quando os cristãos europeus foram proibidos de comer ovos, banha, ou produtos lácteos, como leite e manteiga. Com o tempo, A Páscoa e a Quaresma tornaram-se características da Páscoa. Pretzels eram escondidos na manhã de Páscoa, assim como os ovos são escondidos hoje um são particularmente associados com a Quaresma, jejum e orações antes da Páscoa. Os três buracos formados no pretzel representam a Trindade cristã de "Pai, Filho e Espírito Santo", e pretzels são pensados ​​para trazer sorte, prosperidade e plenitude espiritual.

A frase de casamento "amarrar o nó" teve o seu início quando um pretzel foi usado para "amarrar o nó" entre duas famílias proeminentes. Assim, laços do Pretzel passaram a simbolizar também amor eterno.
Hoje, Pretzels são comuns no sul da Alemanha (Suábia, Baden e Baviera), e na Suíça, onde muitas vezes são cortados na horizontal, com manteiga, e vendidos como Butterbrezel. Na Baviera, eles comem pretzels no café da manhã com Weisswurst. Na Hungria são chamados de Perec.
O Pretzel alemão é duro e estaladiço, e quase sempre passado no sal. Já a adaptação americana é ligeiramente crocante por fora e macia por dentro.
 
E termino esse delicioso post com uma fofura de "piadinha" que achei sobre bretzel:



 

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Dez dicas para sobreviver em um restaurante francês


Costumes são diferentes nos diferentes lugares do mundo e em qualquer um deles, se quiser ser bem atendido e não se meter em situações desagradáveis, é bom pesquisar e estudar um pouquinho antes de viajar. Não custa nada e fontes não faltam, não é?
Por isso divido neste post 10 dicas do Sonoma que são mega úteis para quando você for a um restaurante francês. Vale anotar. ;)
Se você pensa que fazer biquinho é o maior obstáculo que te separa dos franceses, está muito enganado. Há muito mais diferenças (e até certas esquisitices) em um restaurante francês do que imaginamos.
Água de garrafa ou da torneira? O pão é grátis? É aconselhável se arriscar na carne mal passada? Por que raios tem queijo no cardápio de sobremesa? Saiba tudo o que você precisa para aproveitar o máximo da terra natal da gastronomia.

1. “Restaurant”, “cafe”, “bistrô”, brasserie”...Na busca por um restaurante em Paris ou qualquer outra cidade francesa, talvez encontrar um restaurante seja a coisa mais difícil. Não pela falta de estabelecimentos pelas ruas (tem um monte!), mas porque eles perdem em número para as outras categorias. 
“Cafes” são, sem dúvidas, a maioria – podem se tratar de um café, mas na maioria das vezes são o equivalente aos nossos barzinhos; As “brasseries” são versões mais descontraídas (e menos elegantes) de restaurantes, com pratos mais simples, bebidas variadas, doces e cafés; Já os “bistros” são aqueles pequenos e aconchegantes restaurantes de toalha quadriculada que aparecem nos filmes. Baratos e despretensiosos, são os melhores lugares para conhecer os pratos tradicionais da França.

2. Fale francêsVocê pode saber inglês, espanhol, russo ou croata, mas nada disso vai te ajudar na França. Para lidar com um francês, só entendendo francês. Lembro-me de ter decorado a frase “não sei falar francês”, e mesmo assim os garçons concordavam com a cabeça e seguiam com sentenças complexas e biquinhos. Caso tenha sorte e encontre alguém que resolva falar em inglês, logo vai notar que não adianta muita coisa (o inglês deles é incrivelmente complicado de compreender).

Acredite em mim quando digo que não é difícil aprender o básico da língua francesa. Por termos a mesma origem latina, basta um pouco de vontade para se dar bem falando francês. Em último caso, um dicionário sempre vai bem!

3. O pão e a água de cada diaAcho que uma das coisas que mais surpreendem os brasileiros na França é ter pão e água de cortesia. Isso mesmo, de graça! Nem é preciso pedir, logo ao sentar à mesa surgirá uma jarra de água e um cesto de pães em sua frente. A água é de torneira, e não há problemas bebê-la na Europa, pois é filtrada (claro que quem preferir pode pedir água mineral, de garrafa, e pagar o preço). Já os pães vêm da velha tradição francesa - quem nunca viu a figura de um francês com uma baguete debaixo do braço?

4. “Menu du jour”Se fosse para escolher apenas uma dica para se dar bem em um restaurante francês, seria esta: escolha o “menu do dia”. Mais ou menos 99% dos restaurantes franceses oferecem em seu cardápio o menu do dia (“menu du jour”) ou o prato do dia (“plat du jour”). São opções muito mais baratas que o normal, e geralmente englobam os pratos mais típicos do estabelecimento. É uma boa maneira de conhecer restaurantes chiques e famosos sem pesar no bolso.

5. Tenha medo do mal passadoSe há um lugar que leva a sério o termo “mal passado” é a França. Sua carne ao ponto equivale à nossa mal passada, e é muito raro um prato ser servido assim por lá. Pedir algo mal passado é mais do que comum – trata-se da carne bem avermelhada, com o interior praticamente cru (não é à toa que há tantos pratos de carne crua na França, como o steak tartare).
O ponto favorito dos franceses é o que chamam de “bleu”. Em francês, significa “azul” e se refere a uma carne tão rosada que chega a ser violeta (às vezes com uma casquinha tostada por fora). Os mais fortes apostam na “saignant”, carne intensamente sangrenta.

6. Aposte nos pratos típicosOs pratos mais típicos da França não são os mais caros. Pelo contrário, são simples e estão presentes em qualquer restaurante. Entre as principais entradas estão o croque monsieur (espécie de misto-quente gratinado), a torta quiche, os viscosos, mas gostosos, escargots (são os caracóis, lembram muito lulas, só que vêm acompanhados de um molho de ervas), o foie gras (fígado de ganso), o steak tartare (cubos de carne crus, maturados, com uma textura similar à do quibe cru) e a sopa de cebola com queijo (com certeza a sopa mais encorpada do ocidente).
Para o prato principal, se destacam o boeuf bourguignon (um tipo de picadinho com carnes ao vinho em um cozimento extremamente lento e uma maciez incrível), o coq au vin (aves, principalmente galo, ao vinho), o pato confitado em ervas, os mariscos com batata frita (“moules et frites), o entrecôte (corte similar ao contrafilé) e os peixes com crosta.
Para fechar com chave de ouro, as melhores opções são o crème brûlée (um creme de baunilha com a superfície caramelizada), a tarte tatin (torta invertida de maçã), a île flottante (merengue com amêndoas, creme anglaise e, às vezes, sorvete) e a incomparável mousse de chocolate.

7. Queijo é doce?Jean Anthelme Brillat-Savarin, o “pai dos gastrônomos”, já dizia: “uma sobremesa sem queijo é como uma mulher bonita, porém vesga”. Para os franceses, queijo e sobremesa têm tudo a ver. Nada melhor para encerrar uma refeição do que algum dos mais de 400 tipos diferentes de queijos franceses. Aposte nos queijos da região em que estiver comendo - raramente eles estarão no cardápio, mas pode pedir sem medo, certamente os garçons abrirão um sorriso.

8. Vinho é sempre bem-vindoFrancês já nasce bebendo vinho. É quase impossível uma refeição francesa na ausência de uma taça (seja em casa, no restaurante ou em um piquenique). O melhor de tudo é que com menos de cinco euros, é possível beber vinhos de altíssima qualidade (nada como não depender das ludibriantes taxas de importação).

O vinho da casa (“vin-maison”) é sempre a opção mais barata, mas não quer dizer que é ruim. Quer dizer que o vinho vem de regiões próximas (em um restaurante de Bordeaux, por exemplo, o vinho da casa será um belo Bordeaux). Em quase todo o país, uma opção leve e barata são os jovens e frutados Beaujolais, que agradam a qualquer um por apenas três euros (aqui, os bons custam a partir de R$ 60). Ah, e é bastante comum que os vinhos cheguem em jarras.
Não me lembro de ter visto muitas cervejas nos restaurantes franceses, muito menos opções de sucos. Os refrigerantes existem, mas não se ofenda se acharem estranho (o refrigerante de cola é a marca oficial dos turistas de primeira viagem).

9. “Mort pour la France”Quando resta apenas uma unidade da porção no prato, ou só um gole do vinho na garrafa, dissemos no Brasil que quem “matar” não irá casar. Na França, ficar com a última parte é questão de sorte. A tradição, principalmente nas cidades menores e rurais, é que o direito da última bocada é dada ao primeiro que declamar “mort pour la France” (significa “morto pela França”, termo utilizado em homenagem aos heróis de guerra).

10. O mal falado serviçoMuitos adoram falar da arrogância francesa e do serviço ruim prestado nos restaurantes. É verdade que eles não gostam de gente que “enrola” à mesa ou acompanhantes que não consumam (tente juntar duas mesas e passará por um grande estresse), mas o serviço não é tão ruim assim.
Existem restaurantes e restaurantes, como em qualquer lugar do mundo, mas não é porque os garçons não param para conversar sobre a vida que seu serviço é ruim. Nos restaurantes franceses, por exemplo, você pode sempre confiar na opinião de um funcionário, e eles sempre darão sugestões a quem pedir, o que é muito bom (e raramente acontece no Brasil).
Claro que existem coisas que irritam o nacionalismo francês de qualquer garçom: pessoas falando em outras línguas, turistas que chegam sem ao menos ter se informado sobre os pratos do país, entre outras pequenas coisas. Colabore com eles, e eles colaborarão com você.

Em todo caso, a maioria dos restaurantes não cobra taxa de serviço. Fica a seu critério pagá-los por isso ou não. E já que muitos franceses não pagam, não será constrangedor evitar a gorjeta.

P.S: “L'addition, s’il vous plaît” é como terminam nossas relações com um garçom francês – significa nada mais que “a conta, por favor”.
Fonte: Sonoma.

Curiosidade - Origem da palavra "Bistrô"
O nome - a palavra “bistrô” vem da pronúncia da palavra francesa “bistrot”, que teve origem na Segunda Guerra Mundial, quando a Rússia invadiu a França. Os russos costumavam gritar “bystro, bystro!” que significava “rápido!”. Por isso, os franceses colocaram o nome de “bistrot” em pequenos restaurantes de bairro, que servem comidas mais rápidas.
 
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